A remuneração dos presidentes das 84 companhias que integram o Ibovespa alcançou, em 2024, média de R$ 20 milhões por executivo. O dado consta de levantamento do especialista em governança corporativa Renato Chaves, baseado nos formulários de referência enviados anualmente pelas empresas à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Entre os executivos analisados, dez receberam valores muito acima da média. O maior pacote foi o do CEO do Itaú, que somou R$ 81,7 milhões no ano passado. Na sequência aparecem os presidentes de:
De acordo com os formulários de referência de 2024, os executivos eram, nessa ordem: Milton Maluhy Filho (Itaú), Roberto Monteiro (PetroRio), Gilberto Tomazoni (JBS), Beto Abreu (Suzano), Bruno Lasansky (Localiza), Eduardo Bartolomeo (Vale), Jorge Pinheiro (Hapvida), Jean Jereissati Filho (Ambev), Gilson Finkelsztain (B3) e Nelson Gomes (Cosan). Em 2025, Vale, Ambev e Cosan já contam com novos presidentes.
A legislação determina que as companhias abertas informem à CVM os maiores, menores e médios salários de sua diretoria, sem associá-los diretamente ao CPF de cada executivo. Chaves explica que, na prática, o maior valor informado costuma ser o do CEO.
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Segundo o consultor, além da remuneração alta, o cargo impõe riscos relevantes: o presidente pode responder judicialmente por danos à comunidade ou ao meio ambiente e até ter bens pessoais afetados em processos trabalhistas, fiscais ou cíveis. “As decisões diárias envolvem riscos que podem virar passivos se houver negligência ou tentativa de fraude”, afirma Luiz Gustavo Mariano, sócio da Flow Executives.
O estudo também mostra que o topo do mercado corporativo brasileiro permanece dominado por homens brancos, com média de 54 anos. Nenhuma mulher aparece entre os executivos mais bem pagos.