Retrocesso regulatório nos EUA e novos projetos fósseis desafiam metas climáticas, enquanto energia solar ganha força global

Trader Iniciante - RedaçãoTrader Iniciante - RedaçãoMercado Financeiro24 minutos atrás6 pontos de vista

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São Paulo – Uma série de decisões tomadas recentemente por governos e empresas coloca em dúvida a velocidade da transição para uma economia de baixo carbono, ao mesmo tempo em que dados mostram avanço acelerado da energia solar.

Revogação de norma climática nos Estados Unidos

No fim de julho, o administrador da Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA) anunciou a intenção de derrubar a “constatação de perigo” (“endangerment finding”) de 2009. A regra, fundamentada por decisão da Suprema Corte, sustenta a base legal para limitar emissões de gases de efeito estufa (GEE) no país.

Com a mudança, deixam de valer regulamentos que controlam a emissão de GEE em veículos leves, caminhões, usinas de energia e atividades de petróleo e gás. Parlamentares conservadores e representantes do setor de óleo e gás comemoraram a medida; artigo do Wall Street Journal classificou o anúncio como um “Dia da Libertação” da regulação climática.

Novas frentes de exploração de petróleo

Fora dos EUA, o jornal britânico The Guardian noticiou que a República Democrática do Congo colocou em licitação 124 milhões de hectares para exploração petrolífera. A área corresponde a mais da metade do país e abriga 64% de floresta tropical primária, incluindo habitats de gorilas e bonobos.

No Brasil, a BP informou ter realizado sua maior descoberta de petróleo em 25 anos, fato que reforça a recente redução de ênfase da companhia em projetos de energia renovável.

Resistências às metas de “net zero”

A revista The Economist, historicamente favorável a políticas de emissões líquidas zero, destacou o aumento das resistências políticas e sugeriu que governos transformem a meta em “diretriz”, citando a frase de Otto von Bismarck de que “a política é a arte do possível”.

Retrocesso regulatório nos EUA e novos projetos fósseis desafiam metas climáticas, enquanto energia solar ganha força global - Imagem do artigo original

Imagem: redir.folha.com.br

Energia solar mantém trajetória de expansão

Em contraste, reportagem publicada pela revista The New Yorker em julho apontou que a energia solar consolidou-se nos últimos dois anos como a opção mais econômica para geração elétrica. Segundo as projeções citadas:

  • 2026 – a geração solar deve superar a nuclear em todo o mundo;
  • 2029 – a tecnologia ultrapassará a fonte hídrica;
  • 2031 – ficará à frente de gás natural e carvão;
  • 2035 – deve tornar-se a principal fonte de energia do planeta.

O texto também apresentou estimativas de queda contínua de custos, disponibilidade de áreas e materiais para expansão em larga escala, além de ganhos geopolíticos pela distribuição mais uniforme da fonte solar. Em discurso recente, o secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou que “o sol desponta sobre uma era de energia limpa”.

Desafio do prazo

Especialistas ainda questionam se a adoção de renováveis será rápida o bastante para limitar o aquecimento global a 2 °C acima dos níveis pré-Revolução Industrial, meta estabelecida pelo Acordo de Paris em 2015.

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