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Gestor vê risco de inflação mais alta nos EUA com juros menores, dólar fraco e tarifas mais elevadas

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A inflação dos Estados Unidos pode voltar a ganhar força em 2025 diante da combinação de cortes de juros, desvalorização do dólar e aumento de tarifas de importação, avaliou o sócio-fundador da Novus Capital, Luiz Eduardo Portella.

Em participação no podcast Stock Pickers, apresentado por Lucas Collazo e que contou também com Rafael Gama, sócio da Grifo Asset, Portella afirmou que o Federal Reserve (Fed) “está sendo pressionado” por um ambiente de estímulo fiscal e político que tende a sustentar o consumo interno.

Pressão política sobre o Fed

Segundo o gestor, a agenda econômica do presidente Donald Trump — com cerca de US$ 400 bilhões arrecadados em tarifas — reforça os riscos inflacionários. “Os Estados Unidos estão desvalorizando a moeda, aumentando tarifas e cortando juros. Isso é tudo inflacionário”, resumiu.

Portella destacou que a autoridade monetária norte-americana deve reduzir os juros nos próximos meses “sob forte pressão política”, o que, na sua visão, estimula ainda mais a economia em vez de conter excessos. Ele comparou o cenário a uma hipótese em que um presidente brasileiro ameaçasse demitir o chefe do Banco Central caso a taxa básica não fosse cortada.

Inflação acima da meta

Mesmo com sinais de crescimento, o país pode encerrar 2024 com inflação próxima de 3%, acima da meta de 2%, e iniciar 2025 em aceleração, afirmou o gestor. “O Fed pode chegar no começo de 2025 e admitir: caímos os juros, mas agora precisamos subir de novo por conta da pressão inflacionária”, alertou.

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Imagem: infomoney.com.br

Dólar mais fraco e fluxo para emergentes

A perspectiva de um dólar mais desvalorizado, de acordo com Portella, favorece a saída de capitais dos Estados Unidos em direção a mercados emergentes, como o Brasil. Esse movimento, porém, pode inflar preços de ativos além dos fundamentos. “Estamos vendo uma corrida para a bolsa americana, para investimentos em inteligência artificial e para mercados globais. Isso pode inflar uma bolha até o fim do ano”, disse.

Ele concluiu que a trajetória da inflação deve ser acompanhada de perto: “Se o dólar cai, as tarifas sobem e o Fed continua cortando juros, o consumidor acaba importando produtos mais caros. Esse movimento não se sustenta sem pressão inflacionária”.

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