Buenos Aires, 3 de setembro – O risco-país da Argentina subiu 7,3% nesta quarta-feira, atingindo 898 pontos-base, maior marca desde abril e próximo da barreira dos 900 pontos.
O avanço ocorreu um dia após o Tesouro argentino retomar intervenções no mercado de câmbio para atenuar a valorização do dólar, movimento motivado pelas incertezas políticas às vésperas das eleições municipais em Buenos Aires, no fim de semana, e das legislativas de outubro.
O índice Merval, principal referência da Bolsa de Buenos Aires, caiu 2,11% no pregão de hoje e chegou ao menor nível desde novembro. Em 2024, o indicador havia acumulado alta de 61% até dezembro, mas já recua mais de 23% em 2025.
No mercado externo, os títulos da dívida argentina negociados em Wall Street avançaram quase 2,8% na terça-feira, enquanto as ações de empresas do país operaram no negativo. A diferença de rendimento entre os papéis argentinos e os títulos dos Estados Unidos, base de cálculo do risco-país, ampliou-se com a queda de preços dos bônus soberanos.
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Apesar da turbulência, a cotação oficial do dólar ficou estável, encerrando o dia em 1.375 pesos no Banco Nación.
O aumento do risco-país reflete o crescimento da aversão ao risco entre investidores após um escândalo de corrupção afetar a imagem do governo do presidente Javier Milei. Nas últimas semanas, a confiança do mercado vem se deteriorando em meio à proximidade do calendário eleitoral e à intervenção cambial do Executivo.