São Paulo — Em coluna publicada nesta semana, o advogado e pesquisador de tecnologia Ronaldo Lemos classificou o longa-metragem “O Riso e a Faca” como o melhor filme de 2025 até o momento.
Segundo Lemos, a produção — coprodução do Brasil com outros três países — foi dirigida pelo cineasta português Pedro Pinho e conta com direção de fotografia do brasileiro Ivo Lopes Araújo. A obra estreou no Festival de Cannes deste ano, na mostra Un Certain Regard, onde a cabo-verdiana Cleo Diára recebeu o prêmio de Melhor Atriz.
Com duração superior a três horas e meia, o filme se passa na Guiné-Bissau e acompanha o engenheiro ambiental português Sérgio, funcionário de uma ONG encarregado de avaliar o impacto da construção de uma estrada no país. Ao retratar o cotidiano local, a produção apresenta temas como imigração, busca por lucro de agentes internacionais, tradições locais, presença chinesa e diferentes formas de desejo.
Lemos destacou ainda o registro da diversidade linguística do português — de Portugal, do Brasil, variantes locais e crioulas — considerada pelo colunista um dos pontos altos do trabalho. O enredo também mostra o cultivo de arroz nos manguezais, a vida noturna em Bissau, referências à cerveja portuguesa Super Bock e a culinária da comunidade cabo-verdiana.
Imagem: redir.folha.com.br
O título do filme faz referência a uma canção de Tom Zé. Em sua análise, o colunista comparou “O Riso e a Faca” a outras produções lançadas neste ano, citando o filme africano “Sirāt”, que, segundo ele, não alcança a mesma dimensão artística.
Lemos afirmou não ter assistido ainda a “O Agente Secreto”, outro lançamento de 2025, mas declarou que, salvo surpresa, “O Riso e a Faca” permanece como sua principal escolha de destaque cinematográfico do ano.