O Santander Brasil (SANB11) informou nesta quarta-feira, 30 de julho de 2025, lucro líquido de R$ 3,7 bilhões no segundo trimestre. O valor representa aumento de 10% em relação ao mesmo intervalo de 2024, porém queda de 5% ante o primeiro trimestre, tradicionalmente mais fraco. O resultado ficou abaixo da estimativa compilada pela Bloomberg.
Na B3, os papéis chegaram a recuar mais de 3% no início da sessão. Por volta das 11h, a queda era de 0,91%, depois de breve recuperação.
Análise do Banco Safra classificou o balanço como negativo para a ação, que já acumula perda superior a 10% desde as máximas do ano. O NII ajustado ao risco encolheu 6% no trimestre, impacto que só não foi maior graças a menores despesas operacionais.
A inadimplência acima de 90 dias permaneceu controlada, impulsionada por maiores baixas contábeis. Mesmo assim, o Safra observou incremento da inadimplência de curto prazo em pequenas e médias empresas e leve melhora no varejo pessoa física, interpretando a qualidade dos ativos como deteriorada.
Para o Goldman Sachs, o lucro líquido recorrente veio 3% abaixo do previsto. O lucro antes dos impostos (EBT) caiu 12% na comparação trimestral e ficou 9% aquém da projeção, parcialmente compensado por alíquota de imposto menor. Receitas com tarifas e margem financeira foram pressionadas por juros elevados e desempenho fraco da tesouraria.
As provisões cresceram 7% no trimestre, reflexo da piora do cenário macroeconômico e do aumento de pedidos de recuperação judicial no agronegócio. Tanto Goldman quanto Safra mantêm recomendação neutra para SANB11.
Imagem: Renan Dantas via moneytimes.com.br
Em teleconferência, o presidente do banco, Mario Leão, afirmou que o avanço de 17% nas provisões deve se estabilizar nos próximos períodos. Segundo ele, a antecipação desse movimento torna o portfólio “mais saudável” e a deterioração observada nos segmentos agro e corporate não deve persistir por muito tempo, embora os juros sigam elevados.
Leão acrescentou que o banco espera retomar, no terceiro trimestre, o crescimento do portfólio de risco sacado, após recuo no segundo trimestre causado por alterações no IOF.
Com isso, o mercado acompanha a evolução da qualidade dos ativos e o impacto sobre os próximos resultados do Santander.
Com informações de Money Times