Revista Science coloca avanço das energias renováveis no topo de 2025

São Paulo – A expansão das fontes renováveis de eletricidade foi escolhida pela revista Science como o “Avanço do Ano” de 2025, reconhecimento anual concedido pela publicação científica desde 1996.

Segundo a revista, a produção global de energia eólica e solar ultrapassou, em 2025, a geração a partir de carvão, tornando-se a principal origem de eletricidade no mundo. Esses dois segmentos são apontados como mais baratos que as alternativas baseadas em combustíveis fósseis.

Dados do think tank energético Ember mostram que, de janeiro a junho, o acréscimo de capacidade eólica e solar foi suficiente para atender todo o crescimento da demanda global de eletricidade no período.

A Science observa que o dinamismo do setor contrasta com a oposição pública do ex-presidente norte-americano Donald Trump às fontes renováveis. Mesmo assim, o periódico avalia que a trajetória de expansão “parece agora imparável”.

China puxa a transição

Em setembro, o presidente Xi Jinping anunciou na Assembleia-Geral da ONU que a China pretende reduzir suas emissões de carbono em até 10% na próxima década, apostando fortemente em energia limpa em vez de recuar no consumo. O país responde por cerca de 80% da produção mundial de painéis solares e por 60% das turbinas eólicas, participação que, de acordo com a revista, tem impulsionado a transição também fora de seu território.

Imagem: redir.folha.com.br

No Paquistão, por exemplo, a importação de painéis fotovoltaicos chineses multiplicou-se por cinco entre 2022 e 2024. A escalada ocorreu depois que a Guerra na Ucrânia elevou os preços do gás natural, encarecendo a energia fornecida pelas redes locais.

Histórico da premiação

O título de 2024 ficou com o lenacapavir, medicamento para prevenção do HIV. Nos anos anteriores, foram destacados os fármacos que atuam no hormônio GLP-1, usados contra diabetes e obesidade (2023), e o telescópio espacial James Webb (2022).

A seleção da Science reforça a tendência de crescimento das energias renováveis e a expectativa de que continuem ganhando espaço na matriz elétrica mundial.