O secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, declarou neste domingo (28) que o Brasil deve ser “consertado” para deixar de causar prejuízos aos americanos. A afirmação foi feita em entrevista concedida no sábado (27) à emissora NewsNation, cujos trechos circularam posteriormente nas redes sociais.
“Temos alguns países para consertar, entre eles Suíça e Brasil. Eles apresentam um problema. Índia também. Esses países precisam responder corretamente aos Estados Unidos, abrir seus mercados e parar de adotar medidas que nos prejudiquem; por isso estamos em desvantagem”, afirmou Lutnick.
Apesar da crítica, o Brasil fechou o ano passado com déficit comercial superior a US$ 28 bilhões em relação aos Estados Unidos. Mesmo assim, em agosto, passou a enfrentar uma tarifa de 50% imposta pelo governo de Donald Trump.
A declaração de Lutnick veio poucos dias depois do breve encontro entre Trump e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na sede da ONU, em Nova York. Na ocasião, Trump discursou logo após Lula, os dois se cumprimentaram e concordaram em manter conversas futuras. O ex-presidente americano afirmou ter havido “boa química” no contato, gesto interpretado por diplomatas e pelo mercado como sinal de possível negociação sobre tarifas.
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Trump sustenta que o aumento de tarifas protege a indústria nacional e limita a entrada de produtos estrangeiros. Economistas, porém, alertam que a medida pode pressionar a inflação nos Estados Unidos.
A partir de outubro, penalidades que variam de 25% a 100% devem alcançar setores como medicamentos, caminhões pesados, móveis e utensílios domésticos, afetando exportadores da Europa, Ásia e América Latina.