Selic a 15% pressiona fundos imobiliários, mas expectativa de corte em 2026 anima parte do mercado

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A decisão de manter a taxa Selic em 15% ao ano tem provocado saída de recursos dos fundos imobiliários (FIIs) para a renda fixa, que hoje remunera acima de 1% ao mês em aplicações ligadas ao CDI. O cenário afeta principalmente os chamados fundos de “tijolo”, que dependem do desempenho operacional de imóveis e sentem o encarecimento do crédito. Já os fundos de “papel”, lastreados em recebíveis imobiliários, tendem a ganhar com a alta dos indexadores como CDI e IPCA.

Mesmo com o juro elevado, operadores enxergam no horizonte uma mudança de rumo. Projeções do mercado indicam início de flexibilização monetária em 2026, o que vem sustentando a recuperação das cotas desde o começo do ano. O IFIX, principal índice do setor, acumula valorização superior a 11% em 2025.

Analistas divididos sobre o momento de investir

Para Sidney Lima, analista da Ouro Preto Investimentos, a sinalização de cortes graduais na Selic tende a atrair capital novamente para a classe, impulsionando preços e melhorando a relação risco-retorno ao longo de 2025. Ele destaca logística com contratos típicos corrigidos pelo IPCA e fundos híbridos de gestão ativa como opções mais protegidas.

Isabella Almeida, gestora da Rio Bravo, compartilha visão parecida. Segundo ela, a possibilidade de redução dos juros em 2026, somada ao desconto atual das cotas — que pode chegar a 19% em determinados segmentos — abre espaço para desempenho positivo já no próximo ano. Ela vê oportunidades em fundos de crédito imobiliário com risco moderado no curto prazo e maior potencial de valorização nos fundos de tijolo no médio e longo prazos.

Nem todos, porém, enxergam gatilhos de curto prazo. Leonardo Andreoli, analista da Hike Capital, avalia que ainda falta impulso para uma reprecificação expressiva. Entre os obstáculos, cita vacância elevada em escritórios, inadimplência em determinados fundos de papel e compressão de yields nos veículos mais resilientes. “O momento é pouco favorável a novos aportes; a relação risco-retorno está desequilibrada”, afirma.

Setores considerados mais defensivos

Para investidores que desejam manter exposição, Andreoli aponta fundos logísticos com contratos atípicos e locatários sólidos, além de shoppings de alta qualidade e veículos híbridos com carteira diversificada. Ele ressalta, contudo, que os preços já embutem parte dessa percepção, limitando o potencial de alta.

No curto prazo, Lima também vê vantagem nos FIIs de papel, enquanto Isabella reforça a atratividade de carteiras de crédito com perfil conservador. Ambos concordam que, diante de um eventual ciclo de queda da Selic, os fundos de tijolo tendem a se beneficiar mais à frente.

Com informações de InfoMoney

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