O Senado dos Estados Unidos aprovou nesta segunda-feira (10) um acordo que retoma as atividades do governo federal e encerra a mais longa paralisação já registrada no país.
O texto recebeu 60 votos favoráveis e 40 contrários, com apoio da maior parte dos republicanos e de oito democratas. A proposta agora segue para a Câmara dos Representantes, controlada pelos republicanos. O presidente da Casa, Mike Johnson, pretende colocá-la em votação até quarta-feira (12) e enviá-la ao presidente Donald Trump, que classificou o acordo como “muito bom”.
• Financiamento federal prorrogado até 30 de janeiro: recursos são restabelecidos para as agências cujo orçamento expirou em 1º de outubro.
• Suspensão de demissões: a iniciativa de Trump para enxugar o funcionalismo fica congelada até 30 de janeiro.
• Votação sobre subsídios de saúde em dezembro: o Senado analisará a renovação dos benefícios que atendem 24 milhões de norte-americanos, mas não há garantia de prorrogação.
• Programa alimentar Snap assegurado: o financiamento está garantido até 30 de setembro do próximo ano.
A paralisação interrompeu benefícios alimentares para milhões de pessoas, deixou centenas de milhares de servidores sem salário e causou atrasos no tráfego aéreo. O bloqueio também pressionou a economia: o governo segue no ritmo de aumentar a dívida pública em cerca de US$ 1,8 trilhão por ano, atualmente em US$ 38 trilhões.
Imagem: redir.folha.com.br
Democratas demonstraram frustração pela ausência de garantias sobre os subsídios de saúde. “Gostaríamos de poder fazer mais”, afirmou o senador Dick Durbin, segundo na liderança do partido.
Pesquisa Reuters/Ipsos realizada no fim de outubro indicou que 50% dos americanos responsabilizaram os republicanos pela paralisação, enquanto 43% culparam os democratas.
As principais bolsas dos Estados Unidos abriram a semana em alta, impulsionadas pela perspectiva de reabertura do governo.
O acordo chega após vitórias democratas nas eleições estaduais de Nova Jersey e Virgínia e a eleição de um socialista democrático para a prefeitura de Nova York.
Apesar do avanço, o texto não inclui dispositivos para impedir novos cortes unilaterais de gastos por parte da Casa Branca, medida que já havia sido adotada anteriormente por Trump e contestada por legisladores democratas.