São Paulo — O empresário Sidney Angulo, sócio do E-Business Park, detalhou no programa Liga de FIIs, do InfoMoney, as últimas mudanças em sua carteira de fundos imobiliários (FIIs) após as recentes oscilações do mercado.
Até setembro de 2022, Angulo mantinha cerca de 70% do portfólio em fundos de “tijolo” e 30% em fundos de “papel”, que incluem veículos lastreados em Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) e debêntures. No fim do ano passado, porém, zerou completamente a posição em papéis para concentrar quase 100% em ativos de tijolo.
“Papel você compra a qualquer momento, mas tijolo barato é oportunidade rara”, afirmou durante a entrevista.
Nos últimos meses, o investidor voltou a buscar maior equilíbrio e já destina aproximadamente 20% do patrimônio a fundos de papel, em sua maioria lastreados em garantias reais. Segundo ele, um CRI robusto costuma contar com alienação fiduciária de imóveis, o que protege o cotista em caso de inadimplência.
Além dos FIIs, Angulo mantém pequenas posições em debêntures indexadas ao CDI, ETFs e criptomoedas, mas classifica esses instrumentos como suplementares. “A carteira principal deve ser de prédios, de tijolos. O resto é para brincar”, observou.
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O empresário questionou o uso do CDI como parâmetro para avaliar a performance dos FIIs. De acordo com ele, a correlação entre o ciclo de juros e o preço dos imóveis é distorcida, especialmente em períodos de alta da taxa básica. “Você não compra prédio bom mais barato só porque o CDI subiu; o ciclo dos imóveis é mais longo, de sete a vinte anos”, disse.
Angulo também apontou limitações no IFIX, que reúne fundos de tijolo e de papel em um mesmo indicador. Para o investidor, seria mais útil separar os índices: um dedicado apenas a imóveis físicos e outro exclusivo para produtos de dívida, facilitando a leitura da volatilidade pelos investidores.