São Paulo, 27 de dezembro de 2025 – As ações de menor capitalização voltaram ao centro das atenções em 2025. Levantamento da consultoria Elos Ayta, concluído em 15 de dezembro a pedido do Money Times, aponta que as dez small caps de melhor desempenho acumulam ganhos superiores a 100% no ano, com três delas ultrapassando 200% de valorização.
Cogna (COGN3), Recrusul (RCSL4) e Movida (MOVI3) formam o pódio de 2025, cada uma registrando avanço acima de 200% desde janeiro. Outras sete empresas completam a lista das maiores altas, todas com crescimento de três dígitos no período analisado.
Para Régis Chinchila, analista da Terra Investimentos, o ano marcou a retomada do apetite por risco dos investidores. “Em diversos momentos, o desempenho das small caps superou o do Ibovespa”, observa. Segundo ele, a combinação de reprecificação de ativos considerados baratos, expectativa de melhora do ciclo econômico doméstico e maior tolerância a risco sustentou a recuperação.
Chinchila cita quatro fatores que influenciaram o segmento:
O ETF SMAL11, referência para small caps, subiu cerca de 28% até novembro. Para Adriana Ricci, fundadora da SHS Investimentos, mesmo com a valorização, o grupo ainda negocia abaixo da média histórica, indicando espaço para novas altas.
O estudo também identificou as dez piores performances do ano, reforçando a elevada dispersão de retornos típica do universo de menor capitalização.
Imagem: Lorena Matos via moneytimes.com.br
Na avaliação de Chinchila, small caps podem integrar carteiras de investidores com perfil adequado e horizonte de longo prazo. Ele destaca potencial de retorno acima da média, diversificação em relação às blue chips e possível continuidade do ciclo positivo em 2026, caso os lucros avancem e os juros sigam em queda.
Por outro lado, o analista lembra que empresas menores tendem a oscilar mais diante de choques de mercado e contam com liquidez reduzida, o que pode dificultar movimentações rápidas e ampliar spreads.
Com ganhos expressivos e retomada de interesse, o segmento encerra 2025 no radar de gestores e pessoas físicas, mas segue exigindo seleção criteriosa de ativos.