A segunda parcela do 13º salário chega hoje às contas de aproximadamente 95 milhões de trabalhadores brasileiros. Somada à primeira parte, a gratificação deve injetar R$ 370 bilhões na economia em 2025, segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Para quem pagou as contas, evitou o consumo excessivo nas festas de fim de ano e ainda tem recursos disponíveis, os juros básicos em 15% ao ano criam um ambiente favorável especialmente para aplicações conservadoras de renda fixa.
O educador financeiro Everton Barros recomenda formar primeiro um colchão de três a seis meses de despesas. As alternativas mais citadas por ele são:
• Tesouro Selic — considerado o investimento mais seguro do país, rende perto de 100% da Selic.
• CDBs com liquidez diária — costumam pagar entre 100% e 110% do CDI e contam com cobertura do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) até R$ 250 mil por CPF e por instituição.
Com a reserva de emergência completa, o 13º pode ajudar a ampliar o portfólio. Barros aponta:
• Títulos do Tesouro atrelados ao IPCA para objetivos de longo prazo, como aposentadoria ou compra de imóvel, pois preservam o poder de compra.
• CDBs de bancos médios com vencimento de dois a três anos, que oferecem até 115% do CDI ou taxas prefixadas acima de 16% ao ano.
O especialista alerta que a renda fixa segue a tabela regressiva de Imposto de Renda, com alíquota de 22,5% para aplicações de até seis meses, caindo para 15% em prazos superiores a dois anos. Também é preciso observar eventuais taxas de administração ou custódia.
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Parte do dinheiro extra pode ser dedicada a cursos ou especializações. Para Barros, investir em conhecimento tem potencial de retorno em forma de aumento de renda ou melhores oportunidades profissionais.
Quem dispõe de um montante maior pode, segundo ele, dividir os recursos da seguinte forma: 50% em investimentos de médio prazo, 20% para metas específicas e 30% em desenvolvimento pessoal ou profissional.
Para trabalhadores endividados, o conselho é usar o 13º salário para eliminar débitos, principalmente os de alto custo, como rotativo do cartão de crédito e cheque especial. Barros exemplifica: uma dívida de R$ 5 mil no rotativo pode gerar cerca de R$ 1.850 em juros em 30 dias, enquanto o mesmo valor no Tesouro Selic renderia aproximadamente R$ 62 no mesmo período.
Com juros elevados e opções de renda fixa atraentes, o fim de ano oferece um cenário propício para organizar as finanças, seja quitando dívidas, construindo reserva ou diversificando investimentos.