A plataforma de staking voltada a Bitcoin Solv Protocol lançou nesta quinta-feira (30) o BTC+, um cofre de rendimentos estruturado para investidores institucionais. O produto busca capturar parte dos mais de US$ 1 trilhão em BTC que, segundo a empresa, permanecem parados sem gerar juros.
O BTC+ atua como um vault de yield que agrega e aloca capital em diferentes estratégias de rentabilidade em mercados de decentralized finance (DeFi), centralized finance (CeFi) e finanças tradicionais. Entre as táticas empregadas estão staking em protocolos, arbitragem de base e retornos provenientes de ativos do mundo real tokenizados, com destaque para o fundo BUIDL, da BlackRock.
Para reforçar a transparência, o cofre integra o Proof-of-Reserves da Chainlink, permitindo verificação on-chain dos saldos. O produto também adota salvaguardas de drawdown baseadas no valor líquido dos ativos (NAV), mecanismo comum na gestão de risco de fundos de private equity.
Segundo a companhia, o BTC+ foi desenvolvido com uma arquitetura em duas camadas que separa a custódia das estratégias de geração de rendimento, adicionando proteção extra aos recursos dos usuários.
“O Bitcoin é uma das garantias mais potentes do mundo, mas seu potencial de rendimento segue subaproveitado”, destacou Ryan Chow, cofundador da Solv. Dados do DefiLlama indicam que o protocolo possui mais de US$ 2 bilhões em valor bloqueado (TVL).
Outras empresas também disputam o interesse dos investidores institucionais por retornos em Bitcoin. Em abril, a corretora Coinbase lançou um fundo de rendimento em BTC para clientes fora dos Estados Unidos, oferecendo retorno de até 8% por meio da estratégia cash-and-carry. Já a gestora XBTO uniu-se ao Arab Bank Switzerland em um produto que gera rentabilidade vendendo opções de BTC para captar prêmios, com meta anualizada de cerca de 5%.
Imagem: Trader Iniciante 2 (13)
O movimento ocorre em meio ao avanço da “financeirização” do Bitcoin, impulsionado pela aprovação dos ETFs spot pela Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC) em janeiro de 2024. Desde então, o preço da criptomoeda subiu mais de 156%, elevando seu valor de mercado a aproximadamente US$ 2,5 trilhões.
O crescimento da adoção institucional levou o JPMorgan a avaliar a aceitação de ETFs de Bitcoin como garantia em operações de crédito. No setor público, a Agência Federal de Financiamento Habitacional dos EUA (FHFA) solicitou que Fannie Mae e Freddie Mac estudem como criptoativos podem ser incorporados às avaliações de risco para empréstimos imobiliários.
No meio corporativo, a Strategy introduziu um índice proprietário para medir o impacto da estratégia de tesouraria em BTC sobre o valor ao acionista, enquanto a mineradora MARA Holdings ampliou a quantidade de Bitcoins alocada junto à gestora Two Prime.
Com informações de Cointelegraph