Stablecoins ganham US$ 4 bi e reservas de Bitcoin em corretoras caem para menos de 15% em julho

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O mercado de criptomoedas encerrou julho com dois sinais considerados positivos por analistas: a oferta de stablecoins cresceu quase US$ 4 bilhões e a parcela de Bitcoin (BTC) mantida em corretoras ficou abaixo de 15% do suprimento total pela primeira vez desde 2018.

Stablecoins crescem após sanção do GENIUS Act

Em 18 de julho, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sancionou o GENIUS Act, lei que estabelece regras específicas para emissores de stablecoins. Mesmo sem autorizar o pagamento de juros aos usuários — ponto defendido por parte da indústria —, a legislação foi vista como um avanço regulatório.

No mesmo mês, a capitalização de mercado das stablecoins adicionou quase US$ 4 bilhões, superando a marca de US$ 250 bilhões. A atividade on-chain também aumentou: endereços ativos mensalmente subiram mais de 20%, alcançando 38 milhões. Somente no primeiro trimestre de 2025, o valor transacionado com stablecoins ultrapassou US$ 7 trilhões.

Reservas de Bitcoin continuam a recuar

Os saldos de BTC em corretoras globais diminuíram 2% em julho, mantendo a trajetória de queda iniciada em janeiro. Desde o começo do ano, a redução acumulada chega a 14%.

O recuo levou a participação de Bitcoin em exchanges e mesas OTC a ficar abaixo de 15% do suprimento total, nível não visto desde 2018. Para especialistas, a menor oferta disponível pode provocar um choque de liquidez caso a demanda de compradores aumente.

O perfil de análises Crypto Chief destacou a divergência entre o novo recorde de preço do BTC e o rápido esgotamento dos saldos em OTC, enquanto Ben Zhou, CEO da Bybit, afirmou em coletiva de imprensa que investidores parecem optar por manter suas moedas fora de corretoras, à espera de maior volatilidade.

Ativos do mundo real tokenizados ultrapassam US$ 25 bi

O valor total de real-world assets (RWAs) tokenizados passou de US$ 25 bilhões em julho, crescimento de aproximadamente 2,5% no mês e de 260% no acumulado do ano. A expansão é puxada por títulos de crédito privado e dívida do Tesouro dos EUA.

As ações tokenizadas avançaram 15% e superaram US$ 400 milhões em valor, impulsionadas pelo anúncio do aplicativo Robinhood de que oferecerá negociações desse tipo de instrumento. Endereços ligados a tokens de ações saltaram cerca de 700% em julho.

Imagem: Trader Iniciante 2 (11)

Três estados aprovam leis; Arizona veta reserva em cripto

Nos EUA, Missouri, New Hampshire e Oregon aprovaram legislações voltadas a criptoativos em julho. Missouri regulamentou caixas eletrônicos de cripto e reconheceu ouro e prata — físicos ou digitais — como moeda de curso legal. New Hampshire criou um comitê para propor regras a stablecoins e RWAs até 1º de novembro, enquanto Oregon incluiu criptomoedas na lei de bens abandonados, classificando-as como tais após três anos.

No sentido oposto, a governadora do Arizona, Katie Hobbs, vetou projeto que criaria um fundo estadual com criptoativos apreendidos por autoridades locais.

Sete países liberam licenças para empresas de cripto

Agências reguladoras em sete nações concederam autorizações ou moldaram marcos legais para o setor em julho. Entre os destaques:

• Hong Kong lançou registro público de emissores autorizados de stablecoins.
• Na Europa, Bybit, OKX e CoinShares obtiveram licenças sob o regulamento MiCA; a Bybit iniciou operações na Áustria e as outras duas escolheram a França.
• O projeto AllUnity, da DWS e Deutsche Bank, recebeu licença de Instituição de Dinheiro Eletrônico na Alemanha para emitir stablecoin em euro.
• Em Singapura, a Bitstamp recebeu aval da Autoridade Monetária para atender clientes locais.
• Nos EUA, Ripple e Circle deram entrada em pedidos de licença bancária nacional, que permitiria custódia de ativos e atuação em todo o país sob supervisão do Office of the Comptroller of the Currency.

Analistas apontam que regras mais claras favorecem a entrada de grandes instituições e podem acelerar a adoção de produtos tokenizados.

Com informações de Cointelegraph