O governo dos Estados Unidos publicou nesta semana decretos que impõem sobretaxa de 50% sobre bens brasileiros, mas incluiu cerca de 700 exceções que reduzem o impacto direto sobre o comércio bilateral.
Segundo estimativas iniciais do Ministério das Relações Exteriores, os itens isentos representam aproximadamente metade do valor total exportado pelo Brasil ao mercado norte-americano. Com isso, a alíquota média efetiva cai para cerca de 30%.
Entre os produtos que ficaram fora da tarifa adicional estão aeronaves e peças, celulose, combustíveis e petróleo, suco de laranja, siderurgia, metalurgia, além de máquinas e equipamentos. Empresas brasileiras desses segmentos já retomam negociações com compradores dos EUA, informaram associações do setor.
Por outro lado, armas, café, frutas, pescados, parte das madeiras, determinados plásticos e cerâmicas permanecem sujeitos à sobretaxa de 50%, o que, segundo exportadores, pode inviabilizar embarques a partir deste mês.
Nos decretos, a Casa Branca incluiu o Brasil em um grupo de países considerados ameaça a direitos humanos, eleições livres, empresas norte-americanas e à política externa dos EUA. O texto também coloca o país como alvo prioritário de medidas de pressão comercial e política.
Além das tarifas, Washington aplicou sanções individuais que, por enquanto, atingem apenas o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. Membros do governo norte-americano, incluindo os secretários de Estado e do Tesouro, indicaram que novas punições não estão descartadas.
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O Ministério das Relações Exteriores informou que mantém tratativas para minimizar danos, inclusive sobre temas como benefícios fiscais a big techs e data centers estrangeiros. Diplomatas brasileiros afirmam ter estabelecido canal de diálogo com o senador republicano Marco Rubio, aliado do presidente Donald Trump.
Integrantes do Palácio do Planalto avaliam que a isenção parcial representa vitória temporária, mas reconhecem que o cenário continuará incerto enquanto perdurar a política de pressão comercial de Washington.
Com informações de Folha de S.Paulo