Estudo aponta risco de tarifa de Trump travar avanço de exportações tecnológicas do Brasil

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Um levantamento do Observatório do Desenvolvimento da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) indica que o pacote de tarifas anunciado pelo ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, previsto para entrar em vigor em 1º de agosto, coloca em xeque a recente recuperação das vendas externas brasileiras de produtos de média e alta tecnologia.

Retomada após anos de queda

Entre 2016 e 2020, as exportações brasileiras desses segmentos recuaram 16,7% (média tecnologia) e 30,6% (alta tecnologia). No período de 2020 a 2024, houve virada: crescimento de 27,8% e 25%, respectivamente. O estudo, que será divulgado nesta segunda-feira (28), destaca que a reversão ainda é incipiente e depende de ambiente externo favorável.

Dependência do mercado norte-americano

Apesar de a fatia dos EUA na pauta global do Brasil ter diminuído, o país continua essencial para setores específicos. Os norte-americanos absorvem 63% dos aviões fabricados no país e 28% das exportações de máquinas, itens classificados como de alta e média tecnologia. Para o professor João Prates Romero, do Cedeplar/UFMG, eventuais sobretaxas exigirão “políticas compensatórias de incentivo” por parte do governo brasileiro.

Peso dos produtos primários permanece

Os bens primários e baseados em recursos naturais responderam por mais de 70% do valor exportado em 2024. As vendas de commodities passaram de US$ 112 bilhões em 2020 para US$ 162 bilhões em 2024, avanço real de 45%. Entre 2020 e 2022, durante o governo Bolsonaro, ocorreu a maior expansão; no início do governo Lula, os volumes atingiram US$ 173 bilhões em 2023, com leve recuo no ano seguinte.

Setores em destaque e em retração

Na categoria tecnológica, os maiores saltos foram registrados em navios e embarcações (+833%), materiais radioativos, equipamentos elétricos e caldeiras geradoras de vapor. Em sentido oposto, houve quedas expressivas em partes da indústria química e em bens de capital sofisticados, como reboques, medidores e máquinas de escritório, cujo recuo chegou a 65%.

Estudo aponta risco de tarifa de Trump travar avanço de exportações tecnológicas do Brasil - Imagem do artigo original

Imagem: redir.folha.com.br

Impactos ambientais e licenciamento

O estudo observa queda de 67% nas exportações de madeira bruta e de 55% nas de ouro nos dois primeiros anos do atual governo, atribuindo o movimento a maior fiscalização ambiental. Romero alerta que o projeto de lei que flexibiliza o licenciamento pode comprometer a rota de desenvolvimento sustentável e enfraquecer avanços recentes.

Para a equipe da UFMG, a ameaça de novas tarifas reforça a necessidade de diversificação de produtos e destinos, especialmente em itens de maior complexidade tecnológica, a fim de aumentar a resiliência da economia brasileira a choques externos.

Com informações de Folha de S.Paulo

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