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Taxas do Tesouro Direto avançam após Copom endurecer tom e manter Selic em 15%

Estratégias de investimento3 dias atrás14 pontos de vista

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O Comitê de Política Monetária do Banco Central decidiu, em sua reunião mais recente, conservar a Selic em 15% ao ano. Embora o desfecho fosse esperado, a sinalização de que os juros poderão permanecer elevados por um período “bastante prolongado” surpreendeu o mercado e provocou ajuste imediato nas remunerações dos títulos públicos negociados pelo Tesouro Direto.

Juros sobem em papéis de longo prazo

No encerramento anterior ao anúncio, em 17 de setembro, o Tesouro Prefixado 2032 oferecia 13,46% ao ano. Na sexta-feira, 26 de setembro, a taxa subiu para 13,59%. Entre os papéis indexados à inflação, a rentabilidade real do Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2035 passou de 7,40% para 7,47% ao ano, enquanto o Tesouro IPCA+ 2029 abriu de 7,60% para 7,83% ao ano.

Janela de oportunidade

Para Enrico Gazola, economista pelo Insper e sócio-fundador da Nero Consultoria, a elevação das taxas cria uma janela para quem deseja travar retornos altos ou buscar ganho com marcação a mercado. O especialista lembra que as projeções ainda indicam corte da Selic até 2026, mesmo que o início do ciclo ocorra mais tarde do que se estimava.

Sidney Lima, analista da Ouro Preto Investimentos, afirma que não se trata da “última chance” de garantir juro real superior a 7% nos papéis atrelados ao IPCA, mas considera o momento um dos mais favoráveis dos últimos meses. Segundo ele, investidores que já planejavam comprar títulos prefixados ou indexados à inflação podem antecipar parte dos aportes, mantendo liquidez e diversificação para reduzir riscos.

Estratégias e cautela

Gazola observa que o cenário atual beneficia tanto quem pretende levar o título até o vencimento quanto quem aposta em vender antes, caso as taxas recuem. No entanto, reforça que parte da expectativa de queda de juros já está incorporada nos preços, limitando o potencial de ganho para quem age apenas por impulso.

Tiago Ranalli, sócio da CX3 Investimentos, adota postura mais conservadora. Para ele, a alta pontual nos juros não é motivo suficiente para novas compras; a decisão deve considerar uma estratégia estrutural de carteira. A CX3 mantém posição em pós-fixados, que pagam cerca de 15% ao ano frente a uma inflação próxima de 5%, mas planeja reduzir gradualmente essa exposição.

Os especialistas destacam ainda que o risco fiscal pode voltar a pressionar as taxas, reforçando a importância de diversificação. “Não é prudente concentrar todos os recursos em prefixados ou em papéis de inflação”, diz Gazola, recomendando acompanhamento constante das expectativas de inflação e do quadro fiscal.

Com a mudança de tom do Banco Central, o investidor ganha novas variáveis a monitorar, enquanto decide se aproveita – ou não – as remunerações mais altas oferecidas pelo Tesouro Direto.

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