Senadora Tereza Cristina vê como positiva lista de exceções dos EUA à tarifa de 50% sobre produtos brasileiros

Anúncio

Brasília – A senadora Tereza Cristina (PP-MS), ex-ministra da Agricultura, classificou como “positiva” a lista de quase 700 produtos brasileiros poupados da tarifa de 50% anunciada pelo governo Donald Trump. A declaração foi feita nesta quarta-feira (30).

Segundo a parlamentar, o Congresso terá espaço para continuar negociando com Washington até a entrada em vigor da sobretaxa, prevista para 6 de agosto. “Vamos acompanhar essa taxação e analisar com calma a lista de exceção da nossa pauta de exportação. Teremos muito tempo de negociação”, afirmou por meio de nota.

A senadora destacou a atuação de uma comitiva de oito senadores que esteve recentemente nos Estados Unidos para tratar do tema com empresários e parlamentares norte-americanos.

Pressão por negociações

O senador Hamilton Mourão (Republicanos-MS), ex-vice-presidente da República, também defendeu diálogo. Para ele, o momento representa “oportunidade para o país romper o imobilismo e se abrir ao comércio internacional”.

Em paralelo, parlamentares ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro voltaram a exigir a votação de um projeto de anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro, sugerindo que a medida poderia ajudar a reverter a tarifa. Lideranças do Senado, entretanto, descartam essa ligação e dizem estar dispostas a apoiar eventuais propostas do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para enfrentar o tarifaço.

“Quem tem compromisso com o país vai ter de colaborar”, afirmou o senador Otto Alencar (PSD-BA), presidente da Comissão de Constituição e Justiça. Ele avaliou que ceder à pressão por anistia “não é capaz de manter nossa autonomia”.

Efeitos no mercado

O decreto norte-americano deixa fora da nova tarifa itens como suco de laranja, minérios e produtos da aviação civil. A notícia impulsionou ações da Embraer, que subiram 10%, e fez o dólar, que avançava durante a manhã, recuar após o anúncio.

Imagem: redir.folha.com.br

Sanções a Moraes

Na mesma decisão, a Casa Branca mencionou o ex-presidente Bolsonaro e classificou o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes como alvo de perseguição, impondo sanções ao magistrado com base na Lei Magnitsky. As penalidades incluem congelamento de ativos nos EUA e restrições a transações em dólares.

O presidente da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, Renan Calheiros (MDB-AL), manifestou solidariedade a Moraes e condenou a tarifação como “intromissão” nos assuntos internos do Brasil.

O governo brasileiro ainda avalia medidas para responder à tarifa de 50% que passa a valer em 6 de agosto.

Com informações de Folha de S.Paulo