A diretoria da Tesla submeteu aos acionistas uma proposta de remuneração que pode render até US$ 1 trilhão ao presidente-executivo Elon Musk, valor que estabeleceria o maior pacote salarial já oferecido a um dirigente empresarial.
O plano prevê a concessão de até 12% das ações da companhia ao executivo, na forma de ações restritas, caso sejam atingidas metas ambiciosas durante um período de dez anos. Entre os objetivos estão elevar o valor de mercado da montadora para US$ 8,5 trilhões — a capitalização atual é de aproximadamente US$ 1,1 trilhão —, entregar 20 milhões de veículos até 2035, colocar 1 milhão de robotáxis em operação comercial e alcançar US$ 400 bilhões em EBITDA ajustado. Em 2024, a Tesla registrou EBITDA ajustado de US$ 16,6 bilhões.
Musk já possui cerca de 13% dos papéis em circulação da Tesla. De acordo com a presidente do conselho, Robyn Denholm, “reter e incentivar Elon é fundamental para que a Tesla alcance esses objetivos e se torne a empresa mais valiosa da história”. A executiva afirmou ainda que Musk não recebe “compensação significativa” desde 2017, quando concluiu as metas do plano de 2012.
A divulgação da proposta em documento regulatório fez as ações da Tesla subirem na manhã de sexta-feira.
Imagem: Daniella Genovese FOXBusiness via foxbusiness.com
O novo pacote surge poucas semanas depois de a montadora aprovar um “prêmio interino” de 96 milhões de ações, estimado em US$ 29 bilhões, destinado a manter Musk no comando enquanto a empresa avança da produção de veículos elétricos para robotáxis e robôs humanoides. Para ter direito a esse prêmio, o executivo precisa continuar entre os principais dirigentes por mais dois anos e dependerá ainda de decisão judicial sobre o pacote de 2018, de mais de US$ 50 bilhões, anulado por um tribunal de Delaware e atualmente em fase de recurso.
Em maio, Musk já havia declarado que pretende continuar liderando a Tesla nos próximos anos.