Tesouro dos EUA destaca desaceleração dos gastos federais sob governo Trump

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O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos informou ter registrado redução no ritmo de crescimento dos gastos federais desde a volta do presidente Donald Trump à Casa Branca, em janeiro deste ano.

Segundo dados divulgados pela pasta, as despesas federais, que haviam aumentado 7,1% na comparação anual no segundo trimestre de 2024, avançaram 28,5% no terceiro trimestre e 10,9% no quarto trimestre daquele ano. No primeiro trimestre de 2025, marcado pela transição entre os governos Biden e Trump, o crescimento foi de 8,5% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Já nos dois trimestres seguintes, a expansão dos gastos perdeu força: as despesas subiram 0,2% no segundo trimestre de 2025 e recuaram 2,5% no terceiro trimestre, de acordo com o Tesouro.

Déficit abaixo do projetado

O Tesouro informou ainda que o déficit orçamentário do ano fiscal de 2025 ficou em US$ 1,77 trilhão, valor US$ 41 bilhões menor que o registrado no exercício anterior. O conselheiro do secretário do Tesouro, Joe Lavorgna, destacou que o resultado “não capta a melhoria observada dentro do ano, especialmente nas despesas federais”.

Lavorgna afirmou que 74% do déficit do ano anterior ocorreu nos dois últimos trimestres do mandato de Joe Biden, o que, segundo ele, “represou” parte do desequilíbrio para o início da gestão Trump, já que o ano fiscal estava pela metade quando o novo governo assumiu.

Endividamento em alta

Apesar da desaceleração dos gastos, a dívida pública norte-americana ultrapassou a marca de US$ 38 trilhões pela primeira vez. O governo busca conter as despesas para reduzir o peso dos juros, que somaram valor recorde de US$ 1 trilhão em 12 meses, segundo dados recentes do Escritório de Orçamento do Congresso (CBO).

Imagem: Eric Revell FOXBusiness via foxbusiness.com

Declarações de Scott Bessent

Em entrevista ao programa “Kudlow”, da FOX Business Network, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, afirmou que o déficit do último ano fiscal ficou abaixo do registrado no anterior. Ele defendeu a contenção de gastos e disse que, se as despesas permanecerem estáveis ou caírem e a economia crescer cerca de 5% em termos nominais, a relação déficit/PIB pode continuar recuando.

Bessent disse que o indicador terminou o último ano fiscal “com um número cinco na frente”, depois de ter alcançado 6,4% a 6,5%. O secretário acrescentou que pretende reduzir essa relação para algo “na casa dos cinco baixos” no próximo ano e, no longo prazo, aproximar o déficit de 3% do PIB.

O secretário utilizou uma analogia para defender a disciplina fiscal: “Para controlar o déficit orçamentário, é preciso gastar menos e crescer mais”, declarou.