Tesouro IPCA+ é aposta de analistas para aliar retorno e proteção em 2026 eleitoral

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A renda fixa deve continuar em evidência em 2026, mesmo diante da expectativa de início do ciclo de cortes da Selic. Para especialistas ouvidos no evento Onde Investir 2026, promovido pelo InfoMoney em parceria com a XP, os títulos do Tesouro IPCA+ despontam como opção capaz de conciliar rentabilidade com blindagem contra picos de inflação em um ano que tende a ser marcado pela volatilidade eleitoral.

Por que o IPCA+ ganha força

Segundo Marília Fontes, sócia da Nord Investimentos, papéis indexados ao IPCA com vencimentos mais longos oferecem dupla proteção: preservam o poder de compra caso a inflação implícita suba em meio à incerteza fiscal e se beneficiam da provável queda das taxas de juros de longo prazo.

A gestora lembra que o IPCA+ 2045 valorizou cerca de 45% em 2016 e quase 60% em 2019, períodos em que a redução dos juros longos impulsionou a marcação a mercado. “Podem render tanto quanto a Bolsa, mas o investidor precisa suportar um ‘eletrocardiograma’ de preços”, frisou.

Impacto da campanha eleitoral

A discussão fiscal durante a corrida presidencial deve ser o principal gatilho para oscilações na curva de juros. Fontes avalia que os títulos prefixados serão os mais sensíveis: caso o candidato líder defenda ajuste fiscal, os prêmios tendem a cair; se o discurso for de aumento de gastos, as taxas devem subir.

A definição das candidaturas, prevista para o fim de março, coincide com o momento em que o mercado deve antecipar a redução da Selic, criando sobreposição entre política e economia e intensificando a volatilidade nos vértices mais longos da curva.

Visão da XP para a Selic e para a carteira

Para a XP, o Banco Central só deve iniciar o corte da taxa básica no primeiro trimestre de 2026 e de forma gradual. “O BC está confortável: atividade resiliente, desemprego nas mínimas históricas e expectativas de inflação fora da meta”, disse Camilla Dolle, head de renda fixa da casa.

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Imagem: infomoney.com.br

Nesse contexto, a corretora tem aumentado a fatia em prefixados de vencimento curto, em torno de três anos. Já para o IPCA+, a recomendação se concentra em prazos entre cinco e seis anos, aproveitando o juro real elevado mesmo com a perspectiva de desaceleração da Selic.

Dolle reforça que 2026 deve ser um período de forte oscilação e aconselha cautela na montagem das carteiras.

Papéis complementares

Apesar do cenário incerto, Tesouro Selic e Tesouro IPCA seguem complementares, apontam as analistas. O Selic continua indicado para objetivos de curto prazo e reserva de emergência, enquanto o IPCA, que hoje oferece mais de 7% ao ano de juro real, serve ao investidor disposto a manter o dinheiro por prazos maiores, sem depender da marcação diária.

Mesmo com juros altos e volatilidade, especialistas concordam que a renda fixa permanecerá relevante em 2026. O juro real robusto, a possibilidade de ganhos de capital nos títulos longos e o início previsto do ciclo de afrouxamento monetário formam um quadro de oportunidades, embora o ano eleitoral exija disciplina e atenção ao risco.

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