Austin, EUA – O procurador-geral do Texas, Ken Paxton, abriu nesta segunda-feira uma investigação para apurar se a varejista de “fast fashion” Shein descumpre leis estaduais relativas a condições de trabalho, uso de materiais tóxicos e proteção de dados dos consumidores.
O inquérito pretende verificar se a cadeia de fornecimento da empresa envolve mão de obra em condições consideradas antiéticas, se há substâncias perigosas nos produtos e se informações sobre origem e segurança dos itens são repassadas de forma correta aos clientes texanos. A análise também vai examinar as práticas de coleta e armazenamento de dados, que, segundo o gabinete de Paxton, podem representar risco a milhões de norte-americanos.
“Empresas que recorrem a mão de obra precária ou colocam à venda produtos potencialmente nocivos serão responsabilizadas, principalmente quando operam a partir de países estrangeiros, como a China”, afirmou Paxton em comunicado. Ele acrescentou que os consumidores do Texas “merecem transparência e segurança” ao realizar compras.
A apuração no Texas ocorre após a agência de defesa do consumidor da França detectar, na plataforma da Shein, bonecas sexuais com aparência infantil e armas proibidas. O órgão francês recomendou suspender as operações da varejista no país por três meses, e a Comissão Europeia solicitou esclarecimentos para avaliar se a companhia representa “risco sistêmico” aos consumidores do bloco.
Em resposta, a Shein informou ter retirado as bonecas sexuais do catálogo global e disse colaborar com as autoridades europeias.
Imagem: Eric Revell FOXBusiness via foxbusiness.com
Fundada na China, a Shein mantém milhares de fornecedores naquele país, embora tenha transferido a sede para Cingapura. O modelo de negócios é majoritariamente online, mas a marca realiza eventuais lojas temporárias (pop-ups) em cidades estratégicas.
Candidato ao Senado dos Estados Unidos, Paxton já processou ou investigou, neste ano, companhias como Procter & Gamble, Bristol Myers Squibb e a fabricante do Tylenol, Kenvue, por supostas práticas de marketing enganosas.
A investigação sobre a Shein não tem prazo divulgado para conclusão.