Lançado pelo Tesouro Nacional em novembro do ano passado, o TD Garantia — sistema que permite empregar títulos públicos como garantia em operações financeiras — começa a ganhar espaço no mercado de locação de imóveis.
A corretora Warren, primeira a aderir ao modelo em parceria com B3 e Banco Central, criou o GarantiaInvest, solução que substitui o caução tradicional em contratos firmados na plataforma da Loft. Segundo Felipe Bossolani, CPTO da corretora, entre 10 e 15 contratos são fechados diariamente nessa modalidade.
A distribuição mais ampla começou em março. Desde então, quase 1,5 mil clientes passaram a usar o TD Garantia pela Warren, movimentando mais de R$ 25 milhões em garantias. “Há uma demanda real por soluções mais eficientes e transparentes”, afirma Bossolani, que prevê aceleração nos próximos meses.
Para Gabriel Lago, planejador financeiro CFP e sócio-fundador da The Hill Capital, o recurso ainda é pouco explorado, mas desperta interesse de investidores mais sofisticados que procuram liquidez sem vender o título. Já Jeff Patzlaff, planejador financeiro CFP, destaca que o credor precisa estar integrado ao sistema administrado por Tesouro e B3 para aceitar o ativo como garantia, seja via alienação fiduciária, penhor ou usufruto.
Carlos Eduardo Oliveira, conselheiro do Corecon/SP, considera o mecanismo uma forma de otimizar investimentos, preservando rentabilidade enquanto viabiliza crédito ou aluguel com menos burocracia. Entre os benefícios listados estão:
Imagem: infomoney.com.br
O principal obstáculo é a liquidez: o título fica bloqueado para resgate durante o período em que serve de garantia. A aceitação restrita também dificulta a adoção, mesmo quando o credor mostra interesse. Patzlaff recomenda não comprometer toda a carteira de títulos, preservando parte do portfólio para contingências. Lago acrescenta que o TD Garantia não deve ser confundido com reserva de emergência, mas visto como ferramenta de alavancagem que exige uso consciente.
Por enquanto, a Warren permanece como a única instituição que oferece o processo de forma totalmente automática; fora do ambiente da corretora, o investidor precisa negociar diretamente com o credor.