Investidores já podem comprar e vender um token atrelado ao mercado imobiliário por meio de uma plataforma que opera no ambiente secundário da B3. A iniciativa foi desenvolvida pela tokenizadora Zuvia e tem como lastro um condomínio residencial em Bauru, interior de São Paulo.
A empresa disponibilizou 500 mil unidades do ativo digital, cada uma ao preço de R$ 25. Segundo a Zuvia, trata-se do primeiro produto tokenizado vinculado ao setor de construção civil lançado no país.
As negociações ocorrem diretamente no site da própria Zuvia, com liquidação via Pix e registro integral das operações, permitindo rastreabilidade completa. O produto foi estruturado com base na Resolução 88 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que autoriza a emissão de dívidas tokenizadas por meio de plataformas de financiamento coletivo.
Em 2024, a B3 apresentou sua plataforma de ativos tokenizados, solução que permite a empresas realizarem ofertas primárias de forma personalizada e direta ao investidor. Para Flávia Mouta, diretora de Emissores e Relacionamento da bolsa, a ferramenta atende à crescente busca das companhias por alternativas de captação e contribui para democratizar o acesso a investimentos.
Dados do Boletim Econômico da CVM mostram que as ofertas de crowdfunding regidas pela Resolução 88 iniciadas este ano alcançaram R$ 2,2 bilhões até o segundo trimestre de 2025, montante 69% superior ao registrado em todo o ano anterior.
Jonatas Montanini, co-CEO e cofundador da Zuvia, classificou o lançamento como um marco para o crowdfunding nacional. “A tokenização permite que investimentos feitos em captações primárias sejam negociados de maneira simples, transparente e acessível, aumentando a confiança e ampliando o acesso ao mercado de capitais”, afirmou.
A tokenização consiste em converter ativos tradicionais — como imóveis, ações, títulos ou commodities — em representações digitais registradas em blockchain, tecnologia que também sustenta as criptomoedas.