A rede The Open Network (TON), integrada ao aplicativo de mensagens Telegram, pode se tornar a primeira blockchain utilizada no dia a dia por usuários comuns até 2027, de acordo com Tracy Jin, diretora de operações da corretora MEXC.
Em artigo de opinião, a executiva destaca que o Telegram reúne mais de 900 milhões de usuários e é a maior “camada social” ativa do setor cripto. TON é a única blockchain embutida nativamente nessa plataforma, permitindo que transações em criptomoedas aconteçam dentro de conversas, canais, jogos e experiências peer-to-peer sem exigir conhecimento técnico avançado.
Concebida em 2018, TON consolidou seu ecossistema nos últimos anos. Em março de 2024, a carteira do Telegram passou por uma grande atualização, liberando negociação de ativos e staking de TON para mais de 100 milhões de usuários. Já em maio, a Tether lançou a stablecoin USDt (USDT) na rede, impulsionando a adoção.
O conjunto de serviços inclui ainda TON DNS, TON Storage e TON Proxy, que oferecem domínios descentralizados, armazenamento de dados e soluções de privacidade. Segundo Jin, mais de 150 milhões de contas já foram criadas, com média de 2 milhões de transações diárias e cerca de 2 milhões de carteiras ativas por mês.
Aplicativos leves, chamados de Mini Apps — casos de Notcoin, Hamster Kombat e Catizen —, estariam atraindo milhões de novos usuários que muitas vezes não percebem estar utilizando tecnologia blockchain. A integração direta com o Telegram elimina etapas comuns em outras redes, como uso de extensões de navegador, frases-semente e pagamento manual de taxas de gás.
A executiva aponta que Ethereum mantém cerca de 420 mil contas ativas diárias, enquanto a Solana superou 5 milhões após uma onda de airdrops e memecoins. Para TON, a projeção é chegar a 2,6 milhões de usuários ativos por dia em 2026 e ultrapassar 10 milhões em 2027.
Imagem: Trader Iniciante 2 (16)
Embora Ethereum deva continuar liderando o setor de finanças descentralizadas (DeFi) e Solana concentre grande volume de negociação, Jin avalia que TON poderá dominar o “nível cotidiano” da internet, sendo usada de forma quase invisível dentro de aplicativos móveis.
Mesmo durante a prisão do fundador do Telegram, Pavel Durov, em 2024, a rede continuou operando, o que para Jin demonstra descentralização crescente. A plataforma também estuda expansão para os Estados Unidos, mercado visto como competitivo e fortemente regulado. Se avançar, TON pretende atrair usuários acostumados a WhatsApp e Facebook, apoiando criadores de conteúdo, micropagamentos e novas formas de monetização.
A análise de Tracy Jin conclui que a combinação de experiência de usuário simplificada, baixo custo, integração móvel e acesso à base de usuários do Telegram coloca TON em posição privilegiada para se tornar o principal blockchain de uso cotidiano até 2027.
Com informações de Cointelegraph