O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, adotou um tom mais conciliador em relação à China neste domingo, 12 de outubro de 2025. Em publicação na Truth Social, rede social de sua propriedade, o republicano declarou que “tudo ficará bem” com o país asiático e acrescentou que o presidente Xi Jinping “acabou de passar por um momento ruim”.
A mudança de postura ocorreu poucas horas depois de Pequim reagir às tarifas de 100% anunciadas por Trump na sexta-feira, 10 de outubro. Na ocasião, o líder norte-americano afirmou que os EUA imporiam a nova alíquota sobre todas as exportações chinesas, além de controlar, a partir de 1º de novembro, as vendas externas de qualquer software considerado crítico.
Em comunicado divulgado neste domingo, um porta-voz do Ministério do Comércio da China classificou as ameaças tarifárias como “caminho errado” e garantiu que Pequim adotará “medidas firmes” para proteger seus direitos e interesses legítimos. “Nossa posição sobre uma guerra tarifária permanece a mesma: não queremos uma, mas não a tememos”, disse o representante.
O endurecimento de Washington foi motivado pelos controles chineses sobre a exportação de terras raras, insumos essenciais para a indústria de eletrônicos. A tensão levou ao cancelamento de uma reunião entre Trump e Xi, prevista para o fim do mês na Coreia do Sul, e derrubou os mercados, que temem repetição da disputa tarifária da primavera passada, quando as alíquotas chegaram a 145% para produtos chineses e 120% para americanos.
Imagem: Christopher Furlong via valorinveste.globo.com
Pelo comunicado, Pequim pediu que os Estados Unidos “corrijam imediatamente sua abordagem equivocada” e preservem o progresso obtido nas negociações. A mensagem, segundo analistas, contribuiu para o abrandamento do discurso da Casa Branca.
Até o momento, não há sinal de recuo concreto nas medidas anunciadas pelos dois lados.