O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta segunda-feira, durante conversa com jornalistas no Salão Oval, que estuda assinar uma ordem executiva para transferir a maconha da Tabela I para a Tabela III da Lei de Substâncias Controladas.
Trump explicou que a mudança poderia destravar “uma quantidade enorme de pesquisas” que hoje não são realizadas por causa da classificação atual, que equipara a planta a drogas como heroína, ecstasy e peiote. Ele acrescentou que o assunto está sendo analisado “com bastante atenção”.
Na última sexta-feira, um representante da Casa Branca ressaltou que ainda não há decisão final sobre o tema.
Na Tabela I, a maconha é considerada de alto potencial de abuso e sem uso médico aceito. A Tabela III, onde estão medicamentos como cetamina, testosterona e Tylenol com codeína, impõe menos restrições. A passagem para essa categoria não elimina sanções federais por uso ou posse, mas facilita estudos científicos, reduz barreiras ao financiamento e pode diminuir a carga tributária do setor.
O senador democrata Ron Wyden, defensor da reclassificação, acusou Trump de tentar passar a impressão de que a maconha estaria legalizada ao apenas trocar de tabela, lembrando que não há previsão de anistia para condenados por delitos menores.
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O tema já havia sido mencionado por Trump na campanha presidencial de 2024 e em agosto deste ano. Relatos anteriores sobre a possível flexibilização impulsionaram as ações de empresas de cannabis.
Durante o governo Biden, chegou-se a discutir a mesma mudança, mas ela não foi concluída. No Congresso, projetos de ambos os partidos propõem tanto rebaixar a classificação quanto retirar a substância da lista federal de controle, porém nenhum deles se tornou lei.
Atualmente, mais de 40 estados permitem o uso medicinal da maconha, e 24 deles, além do Distrito de Colúmbia, também autorizam o consumo recreativo.