O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, autorizou a Agência Central de Inteligência (CIA) a conduzir operações encobertas com o objetivo de retirar Nicolás Maduro do poder na Venezuela. A iniciativa, revelada pelo jornal The New York Times e confirmada pelo próprio Trump na Casa Branca, amplia a pressão de Washington sobre Caracas.
Segundo o diário norte-americano, a estratégia foi articulada pelo secretário de Estado, Marco Rubio, em parceria com o diretor da CIA, John Ratcliffe. Com a autorização presidencial, a agência passa a ter aval para executar missões dentro do território venezuelano, realizar incursões no Caribe e adotar outras medidas clandestinas contra Maduro e integrantes de seu governo.
Os Estados Unidos já oferecem uma recompensa de US$ 50 milhões por informações que levem à prisão e condenação do líder venezuelano por acusações de tráfico de drogas em tribunais norte-americanos.
Desde agosto, forças norte-americanas têm atacado embarcações na costa venezuelana. Trump alega, sem apresentar provas, que os barcos transportam drogas. Os confrontos resultaram em 27 mortes até o momento.
Em resposta, Maduro convocou cerca de 4,5 milhões de milicianos para reforçar a segurança interna e assinou um decreto que prevê estado de exceção caso ocorra agressão militar dos EUA.
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O Caribe abriga aproximadamente 10 mil soldados norte-americanos, distribuídos em bases em Porto Rico, além de um contingente de fuzileiros em navios de assalto anfíbio. A Marinha dos EUA mantém oito navios de guerra de superfície e um submarino na região.
Durante tratativas recentes, Maduro propôs abrir totalmente a economia venezuelana a empresas dos Estados Unidos, com ênfase nos setores de petróleo, ouro e outros recursos naturais, para evitar uma intervenção militar e garantir a continuidade de seu governo. A oferta, relatada pelo New York Times, foi rejeitada por Washington, que encerrou as negociações e cortou relações diplomáticas com Caracas.
Com a autorização concedida à CIA, o governo norte-americano reforça a ofensiva contra o regime venezuelano, embora não haja confirmação de ações imediatas no terreno.