O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump procurou conter os temores de uma nova escalada comercial com Pequim neste domingo, depois de ter ameaçado impor tarifas de 100% sobre todos os produtos chineses a partir de 1.º de novembro.
Em mensagem publicada na rede Truth Social, Trump afirmou que os problemas econômicos da China “ficarão bem” e declarou que Washington “quer ajudar a China, não prejudicá-la”. “Não se preocupem com a China, vai dar tudo certo!”, escreveu. O percentual de 100% representaria um salto significativo em relação à média atual de 55% aplicada aos bens chineses.
Poucas horas antes da postagem de Trump, o Ministério do Comércio da China divulgou nota advertindo que o país “não deseja uma guerra tarifária, mas também não a teme”. O comunicado pediu aos EUA que resolvam as divergências “por meio do diálogo” e classificou ameaças repetidas de tarifas como “um caminho incorreto para se relacionar com a China”. Caso Washington avance com o novo imposto, Pequim prometeu “tomar medidas correspondentes de forma resoluta”.
A ameaça de Trump surgiu após a decisão chinesa de restringir a exportação de minerais de terras raras, insumos essenciais para a indústria de alta tecnologia e defesa. A China responde por cerca de 70% da extração mundial desses minerais e por quase 90% da capacidade de processamento.
O vice-presidente J.D. Vance defendeu a postura de Trump em entrevista à Fox News. Ele classificou o domínio chinês em cadeias de suprimento estratégicas como “a definição de uma emergência nacional” e afirmou que, caso Pequim reaja “de maneira altamente agressiva”, o presidente dos EUA “tem muito mais cartas na mão que a República Popular da China”.
Imagem: Emma Bussey FOXBusiness via foxbusiness.com
A troca de declarações aumenta a incerteza sobre um encontro previsto para este ano entre Trump e o presidente chinês Xi Jinping. Apesar de garantir que seguirá concedendo licenças de exportação para usos civis legítimos de terras raras, o Ministério do Comércio chinês reiterou que protegerá seus interesses se os Estados Unidos “insistirem obstinadamente” em novas tarifas.
A Casa Branca foi procurada, mas ainda não se manifestou sobre o assunto.