Busan (Coreia do Sul) — O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder chinês, Xi Jinping, deram início a um encontro por volta das 11h desta quinta-feira (30), no horário local, em Busan. A reunião, centrada nas tensões comerciais entre as duas maiores economias do planeta, foi planejada para durar entre três e quatro horas.
Os chefes de Estado encontraram-se em um resort próximo a Gyeongju, cidade que abriga a cúpula da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec). De mãos dadas, ambos trocaram cumprimentos formais antes de seguir para as discussões a portas fechadas.
Xi afirmou estar “feliz por revê-lo” ao se dirigir a Trump. O norte-americano respondeu que espera “uma conversa muito produtiva” e classificou o dirigente chinês como amigo. A jornalistas, o republicano declarou acreditar que o encontro poderá resultar na assinatura de um acordo ainda hoje.
Em tom descontraído, Trump elogiou a habilidade de negociação do contraparte, dizendo que Xi “é muito duro na mesa”, comentário acompanhado por tapinhas nas costas do chinês, que preferiu não falar com a imprensa naquele momento.
Já sentado para as tratativas, Xi defendeu que Washington e Pequim sejam “parceiros e não rivais”, acrescentando que o avanço econômico chinês pode caminhar junto com o slogan de Trump de “tornar a América grande novamente”. O líder asiático lembrou que, embora o último encontro presencial entre eles tenha ocorrido em 2019, os dois permaneceram em contato por cartas e telefonemas desde a reeleição de Trump.
Para Xi, é “natural” que surjam desentendimentos entre as duas principais potências, mas equipes técnicas dos dois lados teriam alcançado “consensos importantes” que prepararam o terreno para a reunião de hoje.
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Na noite de quarta-feira (29), durante um jantar oferecido pelo presidente sul-coreano, Lee Jae Myung, Trump comentou, acreditando que o microfone estivesse desligado, que a conversa com Xi poderia se estender “de três a quatro horas”. O trecho foi divulgado pela emissora norte-americana Fox News.
Na mesma ocasião, o norte-americano disse esperar um resultado “muito satisfatório para a China e para nós”, reforçando a expectativa de avanços nas negociações tarifárias.
Trump e Xi não se encontravam desde a cúpula do G20 em Osaka, no Japão, em 2019. De lá para cá, a disputa comercial escalou, com novas tarifas impostas por Washington e contramedidas adotadas por Pequim, tensionando ainda mais a relação bilateral.