O UBS BB mudou a recomendação para as ações preferenciais da Alpargatas (ALPA4) de neutra para compra nesta segunda-feira, 1º de setembro de 2025.
No mesmo relatório, o banco elevou o preço-alvo de R$ 10,50 para R$ 12, estimando alta de 26,2% em 12 meses sobre o fechamento da última sexta-feira (29), a R$ 9,50.
Assinado pelos analistas Vinicius Strano, Isabella Lamas e Lucca Blasi, o documento afirma que a fabricante das Havaianas concluiu uma virada consistente no mercado doméstico e agora dispõe de um plano claro para acelerar a rentabilidade no exterior.
Segundo o banco, as vendas na Europa avançaram em dois dígitos em junho e o interesse pela marca cresce nos principais países da União Europeia.
Fora do Ibovespa, ALPA4 encerrou o pregão desta segunda-feira com ganho de 2,95%, a R$ 9,78, depois de atingir a máxima intradia de R$ 9,95 (+4,74%).
1. Margens em alta no Brasil: a estratégia de otimização já eleva as margens Ebitda, que devem superar níveis históricos.
2. Rentabilidade no exterior: após novo acordo de distribuição nos Estados Unidos, o UBS projeta que a margem Ebitda internacional passe de 1,4% para 6,8% em 2025 e atinja 10,2% entre 2026 e 2027.
3. Dividendos atrativos: a proposta de redução de capital de R$ 850 milhões, apresentada após o 2T25, eleva o potencial de distribuição aos acionistas.
4. Potencial venda da Rothy’s: a fatia de 49% na empresa é considerada pouco relevante para os lucros atuais (cerca de 5% das projeções), mas o UBS vê valor escondido, apoiado em caixa líquido de US$ 160 milhões; alternativas estratégicas podem surgir após dezembro de 2025, quando expira a opção de compra da Alpargatas.
Imagem: Liliane de Lima via moneytimes.com.br
5. Geração de caixa: margens domésticas mais fortes, melhora das operações externas e necessidade limitada de capex e capital de giro sustentam um fluxo de caixa livre saudável.
O UBS destaca que o mercado já precificou a recuperação no Brasil e parte da retomada internacional, mas não incorporou o possível desinvestimento na Rothy’s. ALPA4 negocia a 11 vezes o lucro estimado para 2026; o preço-alvo do banco implica múltiplo de 12 vezes, baseado em fluxo de caixa descontado.
O banco calcula ainda um dividend yield de 14% nos próximos 12 meses, incluindo o pagamento extraordinário de R$ 850 milhões até dezembro.
Para o Ebitda ajustado, as estimativas são de R$ 770 milhões em 2025, R$ 905 milhões em 2026 e R$ 1 bilhão em 2027. A margem Ebitda no Brasil, que já se recuperou para cerca de 21% em 2024 (excluindo baixas contábeis), deve superar 22% em 2025. No longo prazo, a projeção é de margem consolidada de 20,8% em 2029, sendo 23,9% no mercado doméstico e 12,9% no exterior.
Para o segmento internacional, o UBS prevê saída do campo negativo: de um prejuízo estimado em R$ 160 milhões, a divisão deve alcançar lucro de R$ 15 milhões em 2025, R$ 87 milhões em 2026 e R$ 147 milhões em 2027.
O banco estima capex em torno de 4,5% da receita e rendimento recorrente de fluxo de caixa livre entre 8% e 13% a partir de 2025.