São Paulo, 8 de novembro de 2025 – O UBS Wealth Management estima que o dólar encerre o quarto trimestre de 2025 em R$ 5,30 e elenca fatores que devem conter movimentos mais fortes da moeda norte-americana nos próximos meses.
De acordo com relatório da instituição suíça, o câmbio deve avançar gradualmente em 2026: R$ 5,40 no primeiro trimestre, R$ 5,50 no segundo e R$ 5,60 no terceiro trimestre.
Na sexta-feira (7), o dólar fechou a R$ 5,3357, queda de 0,25% e menor valor de encerramento desde 6 de outubro (R$ 5,3107). A divisa acumulou recuo de 0,83% na primeira semana de novembro e perda de 13,66% no ano.
O UBS aponta três elementos principais para a perspectiva de força relativa do real:
1. Volatilidade menor: a recente redução da oscilação do câmbio tornou o real mais atrativo em comparação a outras moedas emergentes, melhorando a relação entre retorno (carry) e risco.
2. Diferencial de juros: a equipe projeta dois cortes adicionais na taxa básica dos Estados Unidos – um em dezembro de 2025 e outro no primeiro trimestre de 2026 – o que deve ampliar a diferença em relação à Selic, atualmente em 15%, favorecendo operações de carry trade e valorização do real.
3. Possível acordo comercial: a reaproximação entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente norte-americano Donald Trump, iniciada em outubro, abriu negociações sobre tarifas impostas pelos EUA a produtos brasileiros desde julho. Um eventual entendimento é visto pelo banco como positivo para o Brasil e, por extensão, para a moeda local.
Imagem: Seu Dinheiro via moneytimes.com.br
Para o UBS, surpresas baixistas no IPCA devem levar a inflação a encerrar 2025 mais próxima do centro da meta, enquanto as expectativas de longo prazo, embora ainda 50 pontos-base acima do alvo de 3%, recuaram de forma significativa. O mercado de trabalho mostra moderação, mas a taxa de desemprego segue historicamente baixa.
Nesse contexto, os analistas avaliam que o Banco Central manterá a Selic em 15% por período prolongado, usando o ambiente favorável para consolidar a convergência das expectativas de inflação.
A combinação de câmbio em torno de R$ 5,30 e menor volatilidade pode incentivar brasileiros a retomar planos de viagem aos Estados Unidos, interrompidos nos últimos anos tanto pelo patamar elevado do dólar quanto pelas restrições de entrada adotadas pelo governo norte-americano.
O UBS conclui que, apesar dos riscos fiscais previstos para os próximos 12 meses, o real deve permanecer relativamente firme no curto prazo, limitando a alta do dólar.