Washington, 12 de novembro de 2025 – O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos encerrou nesta quarta-feira a produção do centavo ao cunhar as últimas cinco peças da história da moeda. As moedas, marcadas com o raríssimo símbolo “Ômega”, foram batidas pelo secretário do Tesouro, Scott Bessent, na Casa da Moeda da Filadélfia, transformando-se imediatamente em itens de coleção que podem alcançar valores entre US$ 2 milhões e US$ 5 milhões em futuros leilões.
A decisão de eliminar o centavo decorre do aumento dos custos de fabricação: cada unidade custa quase quatro centavos para ser produzida, embora seu valor de face seja de apenas um centavo. O centavo foi autorizado pela Lei de Moedas de 1792 e vinha sendo emitido havia mais de dois séculos.
Durante a cerimônia, o tesoureiro dos Estados Unidos, Brandon Beach, posou segurando uma das últimas peças. O numismata Richard Weaver, dono da Delaware Valley Rare Coin Company, na região da Filadélfia, criticou o gesto ao afirmar que o contato direto dos dedos com o cobre pode danificar a superfície da moeda, reduzindo seu valor para colecionadores exigentes.
Weaver também ponderou que o preço final pode não atingir as cifras projetadas, pois as moedas foram criadas deliberadamente para serem raras. Segundo ele, quantias milionárias costumam ser pagas por exemplares de 100 ou 200 anos que sobreviveram ao tempo sem a intenção prévia de escassez.
O Tesouro informou que as cinco moedas serão leiloadas, mas não definiu quando ocorrerá a venda. A expectativa, entretanto, já mobiliza o mercado numismático.
Imagem: Alexandra Koch FOXBusiness via foxbusiness.com
Em fevereiro, o então presidente Donald Trump anunciou o fim da produção do centavo, argumentando que o gasto ultrapassava dois centavos por moeda. Segundo dados da Casa da Moeda, em 2024 o centavo representou 57 % dos 5,61 bilhões de moedas destinadas à circulação. Com o encerramento da fabricação, a estimativa oficial é economizar cerca de US$ 56 milhões por ano.
As moedas de um centavo que permanecem em circulação continuam válidas para pagamentos e devem permanecer ativas até completarem o ciclo de vida previsto de 30 anos. A Casa da Moeda seguirá produzindo edições para colecionadores, porém em quantidades limitadas.