O Ibovespa encerrou a semana compreendida entre 13 e 17 de outubro com alta acumulada de 1,93%, aos 143 mil pontos, impulsionado pelo avanço das tratativas comerciais entre Brasil e Estados Unidos. No mesmo período, o dólar à vista recuou 1,78%, cotado a R$ 5,4055.
A melhora do humor local ganhou força depois do encontro, em 16 de outubro, em Washington, entre o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o secretário norte-americano Marco Rubio. Segundo Vieira, ambos os governos devem organizar uma agenda de reuniões comerciais nas próximas semanas, e há expectativa de encontro presencial entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump.
No campo dos indicadores, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) subiu 0,4% em agosto frente a julho, em série dessazonalizada, abaixo da projeção de 0,6% apurada pela Reuters. Na comparação anual, a alta foi de 0,1%; em 12 meses, o ganho chegou a 3,2%.
No exterior, os Estados Unidos completaram 17 dias de shutdown sem acordo no Congresso para financiamento do governo. Além disso, preocupações com a qualidade do crédito em bancos regionais cresceram após denúncias de supostas fraudes em empréstimos. Mesmo assim, as apostas de corte na taxa básica norte-americana na reunião do Federal Reserve de 29 de outubro se aproximaram de 100%, após comentários de dirigentes, incluindo o presidente Jerome Powell, que indicou possível proximidade do fim do aperto quantitativo. O presidente Donald Trump também minimizou a viabilidade de uma tarifa de 100% sobre produtos chineses, reduzindo tensões comerciais.
Na ponta positiva, Usiminas (USIM5) avançou 14,35% e liderou os ganhos do índice, mesmo diante da queda do minério de ferro. A ação foi sustentada pela expectativa de aprovação de tarifas antidumping sobre a importação de aço plano proveniente da China, tema em investigação desde junho pelo Departamento de Defesa Comercial (Decom) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. Para o UBS BB, o desfecho do processo depende essencialmente de decisão política e ainda envolve incertezas sobre alíquotas e impactos nos preços.
Outros destaques positivos entre 13 e 17 de outubro foram:
Imagem: Liliane de Lima via moneytimes.com.br
Na ponta negativa, GPA (PCAR3) caiu 6,57% e registrou o pior desempenho da semana, em movimento de realização após ganhos na semana anterior. Na sexta-feira (10), a empresa anunciou André Coelho Diniz como novo presidente do conselho de administração e elegeu Edison Ticle de Andrade Melo e Souza Filho, diretor financeiro da Minerva Foods, para a vice-presidência do colegiado.
As maiores quedas entre 13 e 17 de outubro foram:
Com a agenda econômica e política ainda no radar, investidores seguem atentos aos desdobramentos das negociações comerciais entre Brasil e Estados Unidos, à definição das tarifas sobre aço e à reunião do Federal Reserve marcada para 29 de outubro.