Um tribunal de Reims, no leste da França, sentenciou nesta terça-feira (2) o viticultor Didier Chopin, 56, a um ano e meio de prisão em regime fechado por produzir e comercializar champanhe falsificado.
Além da pena de detenção, o réu recebeu 30 meses de prisão com suspensão condicional e foi proibido de atuar ou administrar qualquer empresa do setor por cinco anos. A esposa de Chopin foi condenada a dois anos de prisão com suspensão condicional pelos mesmos crimes de fraude e uso indevido de marca protegida.
De acordo com o processo, entre 2022 e 2023 o viticultor comprou vinhos na Espanha e no sul da França, adicionou gás carbônico e os engarrafou como se fossem originais da região de Champagne. A investigação estima que centenas de milhares de garrafas tenham sido vendidas nesse período.
O valor total da fraude foi calculado em milhões de euros. Chopin deverá pagar indenizações ao Comitê Champagne e a diversos compradores lesados.
O tribunal aplicou ainda multa de € 100 mil (aproximadamente R$ 636,1 mil) a Chopin e quantia idêntica à esposa. A empresa controladora do casal, SAS Chopin, foi condenada a pagar € 300 mil (cerca de R$ 1,9 milhão) por desvio de fundos e uso indevido de ativos.
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Após a descoberta da fraude, em 2023, Chopin fugiu para o Marrocos, onde abriu um negócio de horticultura. Ele foi detido no país por emissão de cheques sem fundos e permaneceu sete meses preso, período que sua defesa descreveu como “condições horríveis”.
Um julgamento por violações alfandegárias ligadas à exportação do champanhe falsificado foi marcado para 3 de fevereiro de 2026. O viticultor também responde a outra ação, movida por cinco ex-funcionárias que o acusam de agressão sexual.
“Cometi um erro, estou arruinado e não tenho nada a acrescentar”, afirmou Chopin a jornalistas durante a audiência.