O Walmart interrompeu a oferta de empregos a profissionais que dependem do visto temporário H-1B depois que o governo do ex-presidente Donald Trump estabeleceu uma taxa adicional de US$ 100 mil para a solicitação do documento, segundo pessoas familiarizadas com o assunto ouvidas pela Bloomberg.
A decisão afeta principalmente cargos corporativos, de acordo com as fontes. Dados oficiais mostram que a companhia é a maior usuária do visto entre as grandes redes de varejo, com cerca de 2.390 colaboradores portadores do H-1B.
A medida do governo foi anunciada por meio de proclamação presidencial no mês passado e passa a valer em 21 de setembro. A Câmara de Comércio dos Estados Unidos entrou com uma ação judicial contra a cobrança, alegando que a taxa viola dispositivos da Lei de Imigração e Nacionalidade, que determinam que os valores pagos reflitam apenas os custos de processamento.
Em entrevista à emissora Fox Business, o CEO da Azoria, James Fishback, defendeu a prioridade para trabalhadores norte-americanos. “Temos americanos qualificados em todo o país”, afirmou, citando que a taxa de desemprego entre jovens é o dobro da média nacional.
Procurado, o Walmart não respondeu aos pedidos de comentário da Fox News Digital.
Imagem: Kristen Altus FOXBusiness via foxbusiness.com
O programa H-1B permite que empresas contratem estrangeiros para ocupações que exigem conhecimento especializado e, no mínimo, diploma de bacharel. O visto é temporário, mas pode ser renovado, e a legislação obriga as companhias a pagar salários equivalentes aos de profissionais norte-americanos em funções semelhantes.
Fishback também mencionou que o visto O-1, destinado a indivíduos com habilidades extraordinárias, seria suficiente para atrair talentos de ponta. Para ele, se uma empresa não puder arcar com a nova taxa anual de US$ 100 mil, “então esses profissionais não são tão qualificados assim”.