São Paulo, 22 de outubro de 2025 – A WEG divulgou, na manhã desta quarta-feira (22), o resultado do terceiro trimestre de 2025. O lucro líquido somou R$ 1,65 bilhão, crescimento de 4,5% em relação ao mesmo período do ano anterior.
A receita líquida atingiu R$ 10,3 bilhões, alta de 4,2% em 12 meses. De acordo com analistas, os números ficaram dentro das projeções e confirmam a resiliência operacional da empresa, mesmo diante de um cenário global mais desafiador.
O destaque do balanço foi a margem Ebitda, que encerrou o trimestre em 22,2%. Para João Tonello, analista da Benndorf Research, o desempenho demonstra eficiência, embora o ritmo de expansão tenha perdido fôlego.
O mercado acompanhava os resultados em meio ao aumento das tarifas de importação dos Estados Unidos. Motores e equipamentos da WEG foram incluídos no chamado “tarifaço”. As exportações para o mercado norte-americano cresceram 2% no trimestre, abaixo da média histórica da companhia, enquanto a margem bruta recuou 0,4 ponto percentual.
Segundo Tonello, a empresa respondeu realocando parte da produção para unidades no México e na Índia. A estratégia reduz o impacto estrutural das tarifas, mas tende a pressionar custos no curto prazo.
Analistas projetam reação neutra no pregão de hoje, com oscilações moderadas. Tonello avalia que o resultado sinaliza resistência em meio a desafios externos, mas não oferece catalisadores para altas expressivas.
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Marco Saravalle, estrategista-chefe da MSX Invest, observa que a WEG mantém margens saudáveis e diversificação robusta, porém o cenário global incerto limita o potencial de crescimento no curto prazo. Ele lembra que os papéis já são negociados a múltiplos superiores aos de outras companhias listadas, o que pode levar investidores a realizar lucros.
Ambos os especialistas adotam visão neutra para o curto prazo. A solidez financeira e a geração de caixa sustentam a tese de investimento no longo prazo, mas, na avaliação de Saravalle, não há gatilho claro para compra agressiva neste momento. Tonello reforça que o balanço foi “razoável” e em linha com o esperado, sem surpresa capaz de estimular euforia imediata.
Com isso, o mercado deve acompanhar de perto os desdobramentos das tarifas norte-americanas e o andamento de novos projetos em energia renovável para calibrar expectativas sobre o crescimento orgânico da companhia.