Werner Roger alerta para possível “bomba-relógio” no segmento de etanol de milho

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São Paulo, 13 de novembro de 2025 – O diretor de investimentos da Trígono Capital, Werner Roger, afirmou que parte do setor de etanol de milho no Brasil corre o risco de sofrer fortes perdas caso o preço do grão dispare em função de uma quebra de safra.

Segundo o executivo, usinas que dependem exclusivamente do milho, sem integração com a cana-de-açúcar, formam uma “bomba-relógio”. “Se ocorrer frustração de safra no Brasil ou nos Estados Unidos e o milho subir sem que petróleo e etanol acompanhem, o impacto será maior sobre quem está investindo agora”, disse.

Fatores fora de controle

Roger considera esse risco subestimado pelo mercado, que, segundo ele, age como se os preços do milho fossem permanecer estáveis. Entre as variáveis citadas estão clima, demanda chinesa e consumo global de proteínas, fatores que influenciam a escolha entre plantar soja ou milho.

Ele também observa a ausência de mecanismos de hedge de longo prazo com volume suficiente para proteger novos projetos.

Custos de biomassa em alta

Outro ponto de pressão sobre a rentabilidade é o encarecimento da biomassa. O preço do cavaco de madeira utilizado para geração de energia e secagem de grãos passou de R$ 60 por metro cúbico em 2020 para R$ 300 em 2025 no Paraná, avanço de 400%.

Para o gestor, usinas que combinam cana-de-açúcar e biomassa, como a São Martinho (SMTO3), conseguem gerar energia interna e elevar a rentabilidade. Além disso, quem também produz açúcar pode optar por aumentar a produção do adoçante quando o preço é mais vantajoso.

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Imagem: Pasquale Augusto via moneytimes.com.br

Modelo flex e diversificação

Roger defende o modelo flex, que reúne na mesma unidade industrial açúcar, etanol de cana e etanol de milho. A presença em diferentes estados também ajudaria a diluir riscos climáticos.

Ele citou ainda a produção de etanol de trigo no Rio Grande do Sul e o caso da 3tentos (TTEN3), que fabrica biodiesel e etanol de milho, como exemplos de flexibilidade e diversificação superiores às de companhias focadas apenas na distribuição de insumos, como a AgroGalaxy (AGXY3).

Embora o cenário atual seja mais favorável ao milho, o executivo pondera que o quadro pode mudar se o açúcar encarecer e o milho subir, beneficiando as usinas canavieiras.

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