São Paulo, 2025 – A XP Asset fechou o terceiro trimestre de 2025 confiando na resiliência do mercado imobiliário brasileiro, mesmo diante de juros elevados e volatilidade externa. A gestora anunciou a estreia do XB Habitat Senior SUV, fundo imobiliário de crédito com patrimônio inicial de R$ 600 milhões, e divulgou os resultados do Maxi Renda (MXRF11), seu principal FII de crédito.
Com patrimônio líquido de R$ 4,1 bilhões, o Maxi Renda terminou o trimestre como o fundo imobiliário com maior base de investidores da B3, superando 1,3 milhão de cotistas. A distribuição foi de R$ 0,30 por cota, o que corresponde a dividend yield anualizado de 15,45%. O fundo mantém alta liquidez, com volume médio diário acima de R$ 10 milhões.
A carteira do MXRF11 é composta por 77% em Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), 15% em cotas de outros FIIs, 7% em permutas financeiras e 1% em caixa, entregando retorno médio de IPCA + 10,4%. Entre as aquisições recentes estão o CRI JK Square, voltado a lajes corporativas AAA em São Paulo, e o CRI Flor do Sol, de perfil residencial. No segmento de fundos, o Maxi ampliou posições em LPLP11, XPHR11 e GARI11.
O lançamento do XB Habitat Senior SUV reflete a avaliação positiva da XP sobre o setor. Ao longo do trimestre, a gestora realizou cerca de R$ 400 milhões em novas operações, incluindo investimentos em Flor do Sol Urbanismo, KSM e no próprio projeto corporativo JK Square.
Segundo a XP, mais de 120 mil imóveis foram vendidos na capital paulista nos últimos 12 meses, com alta absorção dos lançamentos. Esse desempenho sustenta o otimismo da casa, apesar de um ambiente de juros no Brasil ainda próximo de 15%, o maior nível em quase 20 anos.
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A recente redução de juros pelo Federal Reserve sustentou ativos de risco no exterior, enquanto no Brasil o impulso veio de medidas fiscais, como a isenção de Imposto de Renda para salários de até R$ 5 mil, que pode alcançar 30 milhões de pessoas. Ajustes no programa Minha Casa Minha Vida, a criação da faixa de imóveis de até R$ 500 mil para famílias que recebem até R$ 12 mil e o aumento do teto de financiamento habitacional de R$ 1,5 milhão para R$ 2,25 milhões em grandes capitais também fortaleceram a demanda.
A gestora vê espaço para ampliar o uso do mercado de capitais no crédito imobiliário: hoje, apenas 15% dos financiamentos são originados nesse canal, ante 70% a 80% em economias desenvolvidas.
Apesar da proposta de MP 303, que prevê tributação de rendimentos antes isentos em FIIs e debêntures de infraestrutura, o impacto foi limitado, segundo a XP. Os gestores seguem atentos, mas continuam apostando na solidez do crédito imobiliário no país.